O enigma do Boeing 707

 Uma homenagem ao mestre de todos os contos policiais, Edgar Allan Poe

 

        É interessante lembrar primeiramente alguns dados sobre o Boeing 707. Na verdade o Boeing é uma grande família. Estamos falando de dados médios que sirvam como base as nossas considerações. É claro que ficarei no terreno das conjecturas pois não pretendo de modo algum prejudicar a ninguém.

       Mr. Charles Dickens tem-se distinguido pela sua extraordinária performance ilusionista ao redor do mundo e seus espetáculos tem sido gravados e apresentados na mídia com grande efeito para diversão de milhares que o veem.

 fig1        Chamou a atenção em especial a apresentação do desaparecimento de uma aeronave sempre efetuada em grandes espaços livres como estádios e ambientes preparados para receber multidões de pessoas. A aeronave encontra-se em aparente repouso no solo e é fortemente iluminada por uma grande quantidade de spots. Uma roda de pessoas é posicionada ao redor da aeronave em forma de circulo com as mãos dadas formando uma grande roda.  Estas pessoas tem os olhos vendados com a finalidade de preservar a ilusão.Os spots são apagados e reacesos e eis que o Boeing não se encontra mais a vista no local. O show é encerrado.

Devo começar por esclarecer que assisti ao apresentação e, vídeo por inúmeras vezes. A razão disto, parece-me,  é que a vista humana pode ser iludida mas não o vídeo que registra o fato sem deduções de espécie alguma.

Passamos pois a tecer algumas considerações sobre o fenômeno apresentado por Mr. Charles Dickens.

Uma primeira consideração é sobre o local onde se dá o desvanecimento. Em todos os lugares onde  Mr. Charles Dickens se apresentou não ocorreram assentamentos naturais do Air Craft como grama de estádio ou outros tipos de plataforma. Foram utilizados espaços semiabertos como hangares ou salões desportivos cobertos. Etc. O efeito final é realmente perturbador.

###

Os Boeings apresentam muita variações de dimensões mas na média podemos considerar como básicas perto de 68 m de comprimento entre o nariz da fuselagem e a extremidade final, 69 m de largura considerando a envergadura das asa é 19 m de altura da ponta do leme superior até o rés do chão descontando-se o trem de aterrissagem. Trata-se de um volume bastante respeitável de quase 90000 m3. O volume elimina qualquer possibilidade de remover o avião do local sem chamar a atenção.

###

A possibilidade da aeronave ser uma imagem projetada por qualquer meio ótico ou halográfica esbarra no fato de que não é possível uma resolução halográfica nesta escala e a visão espacial estar sendo inspecionada nas três dimensões em 360º . A técnica não se aplica também nas condições em que o objeto é apresentado:-num espaço aberto. Além disto como o holograma é criada pela refração de frequência de luz a ilusão da tridimensionalidade é observada num sentido somente-:aquele em que a imagem foi criada.

###

Tecendo nova pesquisa sobre o desaparecimento, temos que nos basear no fato concreto do tempo requerido para que a ilusão ocorra que não excede dois segundos. Em exatamente dois segundos a aeronave é retirada do local sem que nenhuma mudança de cenário ocorra. A barreira humana é formada por uma grande quantidade de pessoas cujos olhos são vendados Fazendo uma consideração de tamanho da barreira temos as seguintes afirmativas. A base da aeronave tem uma área virtual de um retângulo médio de 69 x 68 ou seja 137 m2 . A diagonal deste retângulo tem então 16,55 m. Um circulo que circunscreve este retângulo tem 8m de raio e um perímetro de 49 m aproximadamente.  Cada pessoa tem aproximadamente 2m com os braços abertos e assim o número de pessoas necessárias para circunscrever o  avião é de 26 pessoas.  Mr. Charles Dickens dispõe de 40 pessoas para  formar a roda protetora, o que não dá margem a movimentos lineares no sentido do plano horizontal.

###

Torna-se claro pois que o Boeing tem necessariamente que sair por cima ou por baixo do plano horizontal onde está colocado. A exploração dessa possibilidade é a maneira mais viável de estabelecer uma solução palpável para o ardil apresentado da divertida ilusão. Induzido por este raciocínio estabeleceremos as possibilidades do ato.

###

fig2A retirada do objeto no sentido acima do plano apresenta-se como inviável pois a mesma teria de ser executada sob a observação dos participantes o que nos leva a eliminar esta hipótese e voltar a atenção para a escamoteação no sentido oposto ou seja colocar a aeronave sob o solo. É sem duvida uma tarefa complicada pelo peso e dimensões do objeto, além do pouco tempo disponível para faze-la.

###

A retirada do avião no sentido de cima para baixo implica em coloca-lo numa câmara ou mais propriamente num fig4espaço de cerca de 90 000 m3 o que implica em desce-lo por um mecanismo mecânico ou hidráulico do qual faria parte a própria área de 137 m2 sobre a qual ele está assentado. Ocorre entretanto que esta área precisa ser preenchida após a descida do avião para o espaço que vai aloja-lo sem que sejam denunciadas as bordas após o evento. Recobrir esta área com uma espécie de tampa é problemático pois a mesma precisa ser sustentada para que não caia e não deixe baixo-relevo o que seria facilmente notado pelo circulo de pessoas ao redor do objeto.

###

Existe uma hipótese bem encaixada após as exclusões efetuadas que se afigura possível e será analisada a seguir. Considerando um semicírculo cujas extremidades são as pontas das asas o mesmo teria 3,1416  x 69 ou seja 216,7 m . Assim sendo um ponto da extremidade da asa teria que desenvolver a velocidade de  20 a 30 Km/h para efetuar meio-giro no sentido horário ou anti-horário em 2 a 3 segundos, o que é um resultado aceitável.

O desvanecimento da visão do objeto ocorre entre 2 a 3 segundos em que os spots param de funcionar. Portanto o objeto deve girar em torno do eixo longitudinal, que na verdade será o único eixo de rotação. O aparelho precisa estar preso de alguma maneira a plataforma onde está. Na concepção na figura ao lado a bola preta é o eixo visto de perfil O eixo está encapsulado entre duas plataformas se superfícies com a mesma aparência.

fig3

 

 

 

A posição final do avião está abaixo e o mesmo continua preso a plataforma. Agora rotacionado de 180°. Máquinas que possam girar este eixo não faltam e tem uma técnica até antiga. O vaso de grãos de cereais que esvazia sob um manto ou um lenço é uma variação canhestra desta idéia. Naquele truque o cereal está colado na vasilha, e o recipiente em forma de ampulheta é girado com os dedos sob um lenço. O material existe em qualquer loja de mágicas e já tive um na infância – um potinho vermelho que continha alpiste. Pode-se ainda considerar sobre o peso, mas não há indicações  de que o material da fuselagem seja metal. A distância e a não verificação pode dar margem a que o mesmo seja uma réplica  formatada de madeira por exemplo. Não seria empecilho a rotação do mesmo um peso médio de 122 500 lb ou 55 000 kg  isto é 55 t. Considerando-se esta massa a força centrífuga que se opõe ao peso é de 550 N, pouco se comparado ao empuxo de uma turbina que é de 75000 N . Isto é o que podemos deduzir do que nos é dado observar do desaparecimento do Boeing 707, realmente uma verdadeira obra-prima da ilusão do famoso mestre da magia Mr. Charles Dickens. O enigma assim estaria resolvido numa maneira tão simples que provoca a rejeição no exame do leque de possibilidades que induz a procura de soluções sofisticadas e mirabolantes. No que se refere a esta investigação fica difícil de acreditar que alguma objeção de concreta racionalidade possa ser  apresentada. O fato irrefutável é que a aeronave não se desmaterializa o que estabelece uma linha de raciocínio para a partida ao contrário de outras especificações mais complicadas como as considerações do autômatos. de Haelzel do conhecido mestre Poe. È fora de questão que Charles Dickens é um mestre da ilusão haja vista os fantásticos números de desvanecimento e atravessamento de superfícies apresentados nos Estados Unidos, na Grande Muralha da China e nas Pirâmides.

 


 

 

 

Voltar navback